23/05/22

23 a 27 de Maio de 2022

Esta semana foi marcada por uma forte descompressão, com os mercados recuperando, Ibovespa +3,2%, S&P +6,6% e Nasdaq +6,8%, depois das fortes realizações recentes. Os mercados tendem a exagerar as reações sobre as surpresas econômicas, sendo que os investidores entraram num certo pânico sobre os juros nos EUA e a possibilidade de desaceleração econômica. Nos mercados globais atualmente também existem muitas posições de derivativos, além de grandes fundos quantitativos, que tendem a reforçar as tendências de curto prazo do mercado.

 

Nos EUA, houve a divulgação da ata do FOMC, comitê de política monetária do país. Eles continuam reforçando a preocupação com o cenário inflacionário, junto com os problemas nas cadeias produtivas globais e mercado de trabalho apertado. O comitê manteve a visão de que mais duas altas de 50 bps nas próximas reuniões é o cenário mais adequado. Sendo assim, o evento foi neutro para cenário, ou seja, sem divergências em relação ao que havia sido dito no início do mês. 

 

O índice de inflação ao consumidor nos EUA, chamado de PCE, saiu em linha com o esperado pelo mercado no mês de abril. O índice teve uma alta de 0,2% m/m em abril, enquanto em março foi de 0,9% m/m. Isso pode ser parcialmente explicado pela queda nos níveis de preços de Energia, setor que vinha apresentando preços bastante inflados por conta dos conflitos no leste europeu, além de deflação de Bens. Por outro lado, houve mais uma alta no setor de Serviços. Ainda assim, o índice de gastos pessoais se manteve em um patamar bem elevado, tendo uma elevação de 0,9% m/m. Isso aconteceu principalmente pelo crescimento na renda das famílias. Por mais que os preços das commodities, os quais foram os principais influentes da inflação do trimestre, pareçam estar estáveis, a inflação dos Estados Unidos ainda tem riscos altistas no curto prazo. A explicação para isso é justamente o desequilíbrio entre a oferta e a demanda tanto no mercado de trabalho quanto nas indústrias. 

 

A S&P divulgou na última terça-feira a prévia do PMI composto americano. O índice, que é formado por dados da atividade industrial e de serviços, veio abaixo do esperado. O desempenho foi puxado por um resultado menor do que o previsto para serviços, segmento que representa mais de 60% da economia americana, fruto de mudança no padrão de consumo impactado pela inflação. Já o setor industrial, que compõe 12% do PIB, apresentou dados conforme o esperado. A expectativa é que o número oficial reitere a perspectiva de crescimento do país.

 

A leitura do IPCA-15 de maio veio acima do esperado pelo mercado, apresentando uma alta de +0,59% m/m contra um consenso de +0,45% m/m. Apesar de ter vindo acima das expectativas, o dado recuou em relação a última leitura de abril, +1,73%. Neste mês, componentes como Saúde (+2,19% m/m) e Vestuário (+1,86% m/m) foram os principais responsáveis por essa leitura acima das expectativas. Dentro de Saúde, o que influenciou essa alta foram os produtos farmacêuticos, com um aumento de 5,24%. Para frente, enxergamos no curto prazo um cenário um pouco incerto para inflação no país, tanto pelo reajuste recente de 8,9% no preço do Diesel, como pela mudança da bandeira tarifária de energia para Verde.

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