O PMI composto dos EUA alcançou 54,5 pontos no mês de maio. Por ultrapassar os 50 pontos, o índice indica uma expansão da atividade econômica nos setores de serviços e industrial. Esse é o maior PMI composto desde abril de 2022 e representa alta mensal de 3,2 pontos ou 6,2%. O ISM, PMI do setor de serviços, foi de 53,8 pontos e superou em 3,1 pontos a expectativa do Wall Street Journal. Os impulsionadores foram as novas encomendas de exportação e produção do setor de serviços, enquanto o índice de importação e emprego caíram. Após a pontuação de contração do ISM vista em abril, o patamar de 53,8 pontos é ainda mais importante. O setor industrial marcou 51,3 pontos, levemente acima do esperado pelo Wall Street Journal e marcado pela alta nas novas encomendas e produção. De um modo geral, o índice composto indica uma economia americana em crescimento.
O Payroll americano de maio teve um resultado acima das expectativas. Vindo de um cenário com alguma incerteza, os EUA superaram as expectativas ao criar 272 mil novas vagas de trabalho não agrícolas, enquanto o consenso previu a criação de 180 mil vagas. Além disso, a média de salário por hora trabalhada cresceu 0,4% m/m e 4,1% a/a. O único ponto negativo do indicador foi o leve aumento de 10 bps na taxa de desemprego, que ficou em 4% e se deu devido à alta na população economicamente ativa. Em termos de setor, a produção industrial somou 25 mil novas vagas, enquanto hospitalidade e lazer adicionaram 42 mil e alimentícios 24,6 mil vagas. O maior número foi do setor de healthcare e assistência social, que criou 83,5 mil vagas impulsionado pelo crescimento da demanda. Dado que abril teve um payroll estável, os números vieram bastante acima do esperado em maio e mostraram que a empregabilidade dos EUA está crescendo e pode sinalizar um corte na taxa de juros mais distante.
A China teve o maior PMI Caixin em dois anos referente a maio. Após um maio com baixa inesperada, o PMI privado de maio foi de 51,7 pontos, alta mensal de 0,3 ponto. Além disso, foi o quarto mês em que a economia está em expansão, ou seja, acima dos 50 pontos. O resultado foi impulsionado pela geração de novos trabalhos, alta demanda doméstica e maior interesse dos clientes por novos produtos. Porém, o ritmo das exportações caiu em relação a abril devido a uma demanda global por produtos mais reduzida. O Caixin, instituição que realiza a pesquisa, pontuou que a China deve buscar soluções para queda de demanda global por meio de estabilizadores da economia e demanda doméstica, que continuam aquecidas. Além disso, a alta nos níveis de preço das commodities acarretaram um aumento dos custos médios de insumo.
O PMI composto da zona do euro avançou aos 52,2 pontos, maior alta em um ano. Ainda que o índice tenha vindo levemente abaixo do PMI preliminar, em relação a abril houve um crescimento de 0,5 ponto e manteve-se o nível de expansão da economia europeia. Setorialmente, o PMI de serviços caiu 10 bps, vindo da maior alta em 11 meses de abril e foi de 53,2 pontos. Já o PMI industrial marcou os 47,3 e apresentou melhora mensal de 3,5% apesar de persistir em nível de retração. A confiabilidade empresarial e a inflação também apresentaram melhora.
O Banco Central da zona do euro anunciou um corte de 0,25% na sua taxa de juros. Em tom cauteloso, o ciclo de queda nos juros se inicia novamente, pela primeira vez desde 2019, e marca 3,75%. No acumulado de 12 meses, a inflação do bloco é 2,4%, enquanto a meta é 2%. Em seu discurso, a presidente do BC europeu deixou claro que o corte teve como base a resposta da economia sobre a política monetária restrita dos últimos anos, além da inflação e sua dinâmica subjacente. Após ter tido alta nos juros em julho de 2022, pela primeira vez em 11 anos, o corte na taxa de juros é um sinal de que a economia da zona do euro está se estabilizando depois dos impactos da pandemia. Em seu discurso, a presidente do BC afirmou que eles vão continuar avaliando os dados de sua economia para tomar as decisões e ainda não há um caminho decidido para as próximas reuniões.
Brasil
O PIB brasileiro não surpreendeu ao crescer 0,8% no trimestre. Foi a menor alta dos últimos 3 trimestres, mas subiu 2,5% no ano a ano. O principal impulsionador foi o setor de serviços, que avançou 3% t/t devido ao comércio, além de comunicação e informação. Por outro lado, a agropecuária, que teve um crescimento relevante nos últimos períodos, marcou uma retração de 3% a/a. Os investimentos marcaram a maior alta, no valor de 4,1% a/a, principalmente pelas importações de bens, software e construção, com taxa de investimento de 16,9% do PIB e poupança nos 16,2%. Com relação ao resto do ano, o Bacen tem expectativa de um crescimento de 2,05% da economia até o final de 2024.
Mercados
O aumento na percepção de risco local, que tem causado perdas para os ativos domésticos, tem continuado, com o Ibovespa caindo -1,1% na semana e o dólar valorizando +1,5% em relação ao real. A aposta do investidor estrangeiro em dólar contra o real no mercado de derivativos chegou ao maior patamar histórico, de US$ 73,5 bilhões, segundo dados da B3. A questão fiscal tem pesado bastante nos ativos brasileiros, e apesar de estarem atrativos em termos de preços, não existe um gatilho que esteja relacionado à uma política fiscal sustentável.
Em resposta ao payroll acima do consenso, Treasuries dos EUA apresentaram forte alta. A taxa de T-bond de 30 anos teve alta de quase 100 bps, enquanto a T-note de 10 anos subiu 125 bps e a taxa do T-note de 2 anos cresceu 129 bps. A expectativa dos investidores no começo da semana era de que o Fed fizesse dois cortes na taxa de juros americana em 2024. Porém com um payroll expressivamente acima do esperado na sexta-feira, a nova aposta do mercado é somente um corte até o final do ano. Isso fez os Treasuries se recuperarem da leve queda que tiveram ao longo da semana, quando o mercado acreditava que a economia dos EUA estivesse desaquecida e haveria dois cortes na taxa de juros americana ainda neste ano. Porém, o payroll mostrou o contrário e fez os títulos voltarem ao seu patamar inicial.
Nvidia atingiu o marco de US$ 3 trilhões em valor de mercado na quarta-feira. Depois de Apple e Microsoft, Nvidia foi a terceira empresa a atingir US$ 3 trilhões. A valorização se deu pelo anúncio do CEO, Jensen Huang, de dois projetos, um deles para 2025 chamado ‘Blackwell Ultra chip’, e o segundo intitulado ‘Rubin platform’ para 2026. Enquanto a Apple demorou 719 dias de trade para atingir os US$ 3 trilhões, levou somente 66 dias para a Nvidia. A empresa começou com o desenvolvimento de gráficos para videogames, mas rapidamente expandiu as operações para chips e tecnologia capazes de funcionar como ferramenta para diversas atividades, sendo que as principais são mineração de criptomoedas e inteligência artificial. Na sexta-feira, a empresa teve uma leve desvalorização e fechou a semana nos US$ 2,98 milhões.
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