Global
O CPI americano teve uma queda de 0,1% m/m em junho, depois da estabilidade apresentada no mês anterior. Em 12 meses o índice saiu de 3,3% para 3%. Essa leitura ficou abaixo da expectativa do consenso, que esperava uma alta de 0,1% m/m e 3,1% na base anual. O núcleo, por sua vez, teve uma alta de 0,2% m/m, representando desaceleração em relação a leitura de 0,3% m/m no mês anterior. Essa queda pode ser explicada principalmente pela queda nos preços de energia. O dado corrobora com o discurso do Fed de que o cenário da economia americana está mais positivo.
O JP Morgan abriu a temporada americana de resultados referentes ao 2T24. Entre os segmentos, os destaques positivos vieram do banco de investimentos e sales & tradring que geraram, respectivamente, US$ 2,4 bilhões e US$ 3 bilhões de receita. No total, a receita líquida do JP foi de US$ 51 bilhões, marcando alta de 20% a/a e superando em US$ 800 milhões a expectativa do consenso. O trimestre foi impactado por transações não recorrentes, com alta nas provisões inesperadas que foram de US$ 1,9 bilhões para US$ 3,1 bilhões, valor levemente acima do esperado, influenciado pelo cenário macroeconômico. O lucro ajustado por ação do banco foi de US$ 4,40, representando uma alta de 0,7% a/a e surpreendendo positivamente a estimativa do consenso em 1,6%. Levando em conta a transação não recorrente referente às ações da Visa, o EPS do trimestre teria sido de US$ 6,14/ação. Já o guidance para a segunda metade do ano continua com projeções de receita e lucro bastante positivos.
O lucro líquido do Citigroup reportou alta de 10% ao ano. A receita total do banco foi de US$ 20,1 bilhões, marcando alta de 3,6% a/a e em linha com as expectativas. A venda de ações da Visa também gerou impacto positivo nos resultados, assim como o JP Morgan. O setor de serviços teve uma receita estável com US$ 4,7 bilhões, enquanto banco de investimento subiu 60% t/t e gerou US$ 853 milhões de receita. Já as despesas operacionais do banco foram de US$ 13,4 bilhões, com queda imprevista de 2% t/t. O lucro líquido do grupo chegou aos US$ 3,2 bilhões no trimestre, superando em 300 milhões o lucro do 2T23. Já o lucro por ação teve alta de 13,7% a/a e foi de US$ 1,56, valor acima da expectativa e influenciado pelas despesas e provisões que foram abaixo do esperado.
Wells Fargo mostrou ter tido um 2T24 com números sólidos. Terceiro grande banco a reportar os resultados, sua receita somou US$ 20,7 bilhões, superando em 1,97% a previsão da FactSet e ficou 200 milhões acima do 1T24. Já a provisão de perdas de crédito apresentou alta de 27,9% t/t e baixa de 29,4% a/a com a carteira de US$ 1,2 bilhões provisionados. Por sua vez, o lucro líquido foi de US$ 4,9 bilhões, que representa leve queda de 1% a/a. Ainda que o lucro líquido tenha recuado, o lucro por ação do banco somou US$ 1,33 por ação ordinária, superando o EPS de US$ 1,25 do 2T23 e a previsão de US$ 1,29 da FactSet. Em resumo, o banco apresentou resultados em linha com seus últimos períodos, mas não teve grandes surpresas positivas ou negativas.
Brasil
O IPCA de junho sofreu uma desaceleração em junho, com alta de 0,21% m/m depois da leitura de 0,46% m/m em maio. Esse dado foi abaixo dos 0,32% m/m esperados pelo mercado. Assim, o índice acumula 2,48% de alta no ano e 4,23% nos últimos 12 meses. Dos nove grupos pesquisados, sete apresentaram alta, com destaque para o grupo de alimentação e bebidas que teve a maior contribuição ao índice. A maior variação, por sua vez, foi do grupo de saúde e cuidados pessoas tendo em vista o reajuste nos planos de saúde.
O volume de vendas no varejo no Brasil teve uma alta de 1,2% m/m em maio, quinto mês seguida de alta. O setor tem uma expansão acumulada de 5,6% esse ano. Esse dado ficou acima do projetado pelo mercado, que esperava uma queda mensal de 0,9%. O resultado positivo foi disseminado entre as atividades, das oito pesquisadas cinco ficaram no campo positivo. As principais altas foram provenientes dos hiper e supermercados, seguidos por outros artigos de uso pessoal e doméstico. O resultado foi influenciado pelo aumento nas concessões de crédito para pessoas físicas, além do crescimento da massa salarial e número de pessoas ocupadas.
O volume de serviços no Brasil apresentou estabilidade em maio, depois de dois meses de alta. Na comparação anual o indicador teve uma variação de 0,8% e, no acumulado do ano houve uma expansão de 2%. A leitura foi melhor do que o esperado pelo consenso, que projetava uma queda de 0,7% m/m. Das cinco atividades pesquisadas tiveram queda no período, tendo como principal influência negativa o segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, seguido dos grupos de informação e comunicação, e outros serviços.
Mercados
Os ativos brasileiros se destacaram durante a semana, com o Ibovespa fechando em alta de 2,07%, aos 128.895,84 pontos. Esse movimento positivo seguiu um primeiro semestre difícil, marcado por aversão ao risco e expectativas de juros altos nos EUA. A agenda macroeconômica no Brasil e nos EUA trouxe boas notícias sobre a inflação, impulsionadas pela queda dos yields americanos.
O mercado de ações brasileiro atraiu R$ 1,4 bilhão em capital estrangeiro essa semana, reduzindo a retração acumulada no ano para R$ 37,2 bilhões. Em julho, já há uma entrada de R$ 2,9 bilhões, sinalizando um possível saldo positivo desde dezembro do ano passado. Os investidores institucionais retiraram R$ 2,2 bilhões, enquanto os investidores pessoas físicas compraram R$ 291 milhões, elevando o saldo anual para R$ 22,9 bilhões. Com a estabilização política e a possível redução dos juros nos EUA, o mercado brasileiro mostra sinais de recuperação e confiança renovada, sugerindo um segundo semestre mais próspero para a bolsa brasileira.
O petróleo acumulou perdas na semana enquanto os investidores aguardavam o Terceiro Plenário do Partido Comunista Chinês, que pode anunciar novos estímulos à demanda e à produção. O Brent para setembro recuou 1,74%, recuando a US$ 85,03. Mesmo com a fraqueza do dólar e expectativas de cortes de juros nos EUA, o petróleo se movimentou lateralmente. Além disso, um relatório do Bank of America previu que a oferta de petróleo ultrapassará a demanda até o final da década, potencialmente fazendo o preço do Brent cair para cerca de US$ 70 a longo prazo.
Após iniciar a semana em alta, o dólar foi perdendo força e fechou na sexta-feira com queda de 0,84% na semana, cotado a R$ 5,43. A partir da quinta-feira iniciou uma trajetória de queda com a divulgação do índice de inflação ao consumidor (CPI) de junho, que indicou deflação e desaceleração do núcleo, causando um fechamento na curva de juros. Esse cenário animou as bolsas, pois sugere uma proximidade no corte de juros americano.
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