Os mercados têm apresentado alta volatilidade em função da preocupação dos investidores com a inflação e o crescimento global. Cada dado econômico divulgado tem causado oscilações no mercado, mostrando baixo nível de convicção dos investidores na definição de um cenário econômico. Apesar da indicação de crescimento econômico nos EUA, existe uma preocupação de perda do ritmo.
No relatório de emprego do mês de maio dos Estados Unidos o mercado teve uma surpresa positiva. No mês, o país teve a criação de 390 mil vagas, ficando 20% acima da expectativa do mercado. Além disso, o ganho médio por hora se manteve estável, mostrando que está se iniciando o processo de acomodação dos salários em 12 meses. Apesar disso, os gastos das famílias continuam altos e, com isso, continuamos vendo uma economia aquecida por lá. Espera-se um alto crescimento no segundo trimestre, o que deve manter a inflação também alta e tudo isso corrobora com a expectativa de um fed funds rate próximo de 3%.
No Brasil, a taxa de desemprego está em seu menor patamar desde o início de 2016. No trimestre móvel encerrado em abril a taxa de desemprego foi de 10,5%, recuando 4,3% em relação a taxa do mesmo período do ano passado. É esperado que o avanço no mercado de trabalho continue nos próximos meses, impulsionado por um bom sentimento atual em relação a atividade econômica no país. No entanto, essa dinâmica deve recuar no segundo semestre, justamente por conta da desaceleração da atividade econômica com o atual cenário de política monetária contracionista.
Ontem foi divulgado o PIB do primeiro trimestre de 2022. Houve um avanço de 1,0% t/t, contra um consenso de mercado +1,2% t/t. Pelo lado da oferta, isso se deu principalmente pelo crescimento do setor de Comércio (+1,6% t/t) e Transportes (+2,1% t/t), beneficiados pelo aumento da mobilidade social, e o setor de Construção Civil, que apesar do aumento dos custos e da taxa de juros, vem se mantendo em bons níveis. Já pensando na demanda, os principais contribuintes foram o aumento no consumo das famílias, além de uma forte alta nas exportações. Para o segundo semestre, por conta da alta da taxa Selic, os índices de confiança podem se deteriorar, o que pode indicar uma possível contração no PIB.
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