Os mercados globais tiveram uma semana bem negativa: S&P 500 -4,6%, Nasdaq -5,1%, Euro Stoxx 50 -4,3% e Oil Brent -7,5%. Apesar do aumento de juros dentro do esperado nos EUA, o tom mais hawkish do Fed tem levantado novamente a discussão sobre a possibilidade de uma alta de juros nos EUA acima do esperado e um temor de recessão. Muitos economistas americanos que estimavam o fim do ciclo de alta de juros nos EUA em torno de 3% a 3,25%, começam a rever para em torno de 4,5%. As cotações do petróleo têm refletido essa preocupação de um “hard landing”, ou seja, um pouso forçado na economia americana, implicando numa desaceleração da atividade global.
A reunião do FOMC essa semana não surpreendeu o mercado, anunciando um aumento de 75 bps na taxa básica de juros americana. Dessa forma, o fed fund rate fica no intervalo de 3%-3,25%, maior taxa desde o início de 2008. Essa alta foi baseada nos dados de inflação divulgados nas últimas semanas, que indicaram uma aceleração acima do esperado pelo mercado no período. Nesse ano, a previsão é que aconteçam mais duas altas, sendo mais uma de 75 bps em novembro e outra de 50 bps em dezembro. A expectativa de alguns analistas é de que a taxa ultrapasse a marca de 4,5% no ano que vem. Ainda, Powell reiterou que o comitê pretende deixar a taxa elevada por mais tempo e que estão atentos aos riscos inflacionários do país.
Houve também a divulgação da prévia do PMI americano do mês de setembro, um dos dados usados como medidor da atividade econômica. A leitura do PMI Composto, que agrega Indústria e Serviços, apresentou uma alta para 49,3 pontos, ante 44,6 pontos em agosto. Os dois setores apresentaram surpresas positivas, mas em especial Serviços, com 49,2 pontos contra uma expectativa de 45,5 pontos. Isso pode ser explicado, em ambos os setores, pelos dados de novos pedidos terem voltado para um patamar de expansão e, junto disso, pelo indicador de preços ter apresentado um arrefecimento na inflação. Em linhas gerais, o dado acaba contribuindo para a manutenção do discurso hawkish dos membros do FOMC, já que a economia continua sinalizando resiliência.
Brasil
A reunião do Copom também foi em linha com as expectativas, com o comitê decidindo manter a taxa de juros em 13,75%. Apesar do fim desse ciclo de alta, o Banco Central deixou claro que não fechou as portas para a retomada das altas caso perceba necessário, isto é, se não houver um arrefecimento na inflação como esperam. Para uma melhor previsão do cenário futuro dependemos do relatório de inflação trimestral da próxima semana, além da Ata do Copom que também será divulgada.
O IBC-Br divulgado pelo Banco Central na semana passada representou uma grande surpresa positiva. O Ministério da Economia divulgou as projeções para o PIB de 2022, passando de 2% para 2,7%. Um dos fatores que explicam isso é a força da economia, em especial no setor de serviços. Vale ressaltar que a nossa economia é concentrada nesse segmento, além de ser o que mais emprega pessoas no país. Fora isso, esse movimento é impulsionado pelos programas de transferência de renda do governo e com a desvalorização do real, a renda dos produtores de commodities aumentou bastante, ajudando a demanda doméstica a não ter uma queda tão grande.
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