O mês de agosto foi marcado por uma recuperação do mercado local, apesar de um ambiente global mais negativo, sendo que o Ibovespa subiu +6,2%, o S&P caiu -4,2% e o Nasdaq -4,6%. A bolsa brasileira andou na tendência contrária à americana, talvez pelos países estarem em fases diferentes do processo de alta de juros. Enquanto o Brasil está no fim do ciclo de alta, com os juros próximos de 14%, os EUA estão aparentemente no início do ciclo de alta, sem uma definição do término do processo. A bolsa americana entrou o ano num processo de queda, em função principalmente da inflação bem mais alta e resiliente do que o esperado pelo mercado. Como em todo processo de queda, aconteceu uma recuperação, aparentemente temporária do mercado de bolsa americano. E, em agosto, o mercado voltou a realizar. A grande questão atual é sobre a sustentabilidade da recuperação do mercado e o nível final da alta de juros. Enquanto os investidores buscam por maiores definições dos parâmetros, vão ficar monitorando mais intensamente os dados da economia americana e inflação neste momento.
O modelo de crescimento chinês alimentado, parcialmente, pelo setor imobiliário está sofrendo um desgaste. O governo chinês está analisando a situação para entender o que está dando errado e fazer correções no modelo. Outro ponto é que este setor foi um dos grandes impulsionadores do crescimento econômico e terão de buscar outros motores.
A China vem mudando os fundamentos da sua economia para fazer uma transição de uma economia baseada em investimentos e exportação para uma maior participação do consumo das famílias e do setor privado interno. Essa situação tem afetado negativamente as commodities, principalmente as relacionadas ao setor de construção como minério de ferro.
No Brasil, o ciclo de alta da Selic parece ter terminado. Por outo lado, os meses de setembro e outubro serão marcados pelas eleições. O período pré-eleição será bastante volátil, inclusive pela polarização da eleição e indefinição das propostas. O mercado costuma ficar muito apreensivo com indefinição econômica, em relação principalmente ao cenário fiscal.
Em relação à nossas recomendações de investimentos, estamos cautelosos, mas começando a aumentar lentamente o risco das carteiras, pois a bolsa brasileira apresenta boas oportunidades, em ações de empresas de qualidade, com múltiplos atrativos.
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